Apostas Presidenciais EUA 2020: Pandemia mundial pode influir na escolha do próximo presidente
"De certa forma, fica a sensação de que uma possível reeleição de Trump estará mais nas suas mãos e no modo como consiga lidar com a actual crise, do que propriamente com a capacidade argumentativa de Joe Biden."
Donald Trump continua a ser o favorito do mercado para vencer as Eleições Presidenciais de Novembro, mas os recentes desenvolvimentos envolvendo o Covid-19 e suas repercussões podem ter influência no desfecho final...
Crises tendem a favorecer governantes...
Ao longo da história, as crises mundiais que fogem ao controlo dos governantes até costumam jogar a seu favor, uma vez que colocam os mesmos à prova e tendem a encaminhá-los mais no sentido do heroísmo do que propriamente da incompetência, no entanto, cabe aos próprios governantes agirem de modo a que tal assim suceda.
Donald Trump é uma personagem muito pouco querida em termos mediáticos nos Estados Unidos e toda a sua actuação é escrutinada a pente fino pelo que qualquer passo em falso nesta delicada situação envolvendo a pandemia mundial do Covid-19 pode colocar a sua reeleição em risco.
Por outro lado, se conseguir que o seu país saia minimamente bem desta situação, mitigando o número de mortes e mantendo a economia à tona, ele poderá praticamente sentenciar as eleições a seu favor. Em suma, muito do seu sucesso dependerá do modo como conseguir limitar os danos nesta situação.
Ainda assim, é de notar que quando escrevi há cerca de 18 dias sobre o tema, Donald Trump era favorito a uma reeleição com cotações de somente 1.784/5, e actualmente já está nos 2.1211/10 como consequência do rápido propagar do coronavírus no país.
De momento, os Estados Unidos da América já são o país com mais casos registados em todo o mundo e é urgente conter esta rápida evolução do surto.
Polémicas podem baixar de tom
Apesar da imprensa norte-americana não dar tréguas ao seu presidente, a verdade é que a centralização dos conteúdos na problemática do Covid-19 poderá aliviar a tensão noutros temas recorrentes.
O Impeachment falhado deverá tornar-se agora numa memória distante com a especulação em torno de práticas menos dignas de Donald Trump no sentido de denegrir os seus adversários políticos a baixar de tom.
Também a questão da eterna guerra de Trump vs Imprensa poderá acalmar-se e ficar mais focada num só tema, isto é, o natural escrutínio em relação às acções do Presidente norte-americano ficará quase exclusivamente confinada ao coronavírus.
Outros temas que poderiam ser susceptíveis de discussão como a emigração ou um sistema universal de saúde podem ficar para segundo plano, algo que poderá prejudicar o candidato democrata Joe Biden, que actualmente se encontra avaliado em 2.466/4 para suceder a Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos.
As brancas de Biden que podem quebrar a sua reputação
Joe Biden foi vice-presidente e fiel escudeiro nos mandatos de Barack Obama e esse é um grande capital de confiança que terá a seu favor, no entanto, o candidato democrata continua a denotar algumas brancas no discurso pouco abonatórias para um político que luta por se tornar no Presidente do mais influente país mundial.
Biden tem um registo relativamente leve no seu discurso, recorrendo regularmente a piadas ao estilo de Obama, mas isso pode ser mal interpretado por algumas camadas da sociedade que, certamente preferem ter alguém que leve as coisas a sério, afinal trata-se dos destinos do seu país.
Depois de derrotar Bernie Sanders contra a expectativa de grande parte do eleitorado mais extremado à esquerda, Biden terá de recuperar muitos votos ao centro que penderam para Trump nas últimas eleições, mas será que ele tem o carisma necessário para o fazer?
Para já, não tem ficado essa sensação, mas ainda há tempo para rectificar e apresentar uma postura mais afirmativa e assertiva nos próximos meses. Os debates serão fundamentais para captar as pessoas ao centro e aí Trump pode levar vantagem, embora o desfecho de toda esta crise do coronavírus possa alterar os paradigmas desse mesmo debate.
Está mais nas mãos de Trump do que propriamente em Biden
De certa forma, fica a sensação de que uma possível reeleição de Trump estará mais nas suas mãos e no modo como consiga lidar com a actual crise do que propriamente na capacidade argumentativa de Joe Biden.
Domald Trump prepara-se para concluir o seu mandato apresentando cotações de apenas 1.162/13 para 'Não' sair antes do término do 1º Mandato. Assim, irá naturalmente a eleições com o intuito de permanecer na Casa Branca por mais quatro anos e, de momento, parece bem colocado para o conseguir.
Mas tudo poderá mudar dependendo do modo como todo este imbróglio envolvendo o Covid-19 se irá desenrolar. Se Trump conseguir conter os estragos humanos e económicos deverá ser reeleito, mas se tudo correr mal com muitas mortes e uma crise económica grave o desfecho poderá ser outro...
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