Apostas Ténis: O que nos esperará após quatro meses de paragem?
"Ao contrário do torneio de Wimbledon, o Open de França que estava agendado para Maio optou por adiar a sua realização para finais de Setembro, poucos dias depois da conclusão do Open dos Estados Unidos..."
O ténis mundial estará parado até 13 de Julho e os tenistas e directores de torneios terão aqui uma fase de grande provação. Como estará a modalidade após quatro meses e meio de paragem?
Tal como a maioria dos desportos mundiais, o Ténis também parou no início de Março e as instituições responsáveis - ATP, WTA e ITF - já anunciaram num comunicado em conjunto que toda a actividade estará suspensa até 13 de Julho.
Naturalmente, isto originou um cancelamento em série de importantes torneios do calendário para os quais os jogadores há muito se vinham preparando, alterando assim a sua preparação por completo.
Serão tempos de provação para atletas, responsáveis de torneios e para as próprias associações, mas o que poderemos esperar quando o ténis regressar? Quais os jogadores que poderão passar melhor por esta dura fase?
Wimbledon deixa mancha no calendário de 2020
Uma das notícias da semana anterior foi o anúncio do cancelamento do mítico torneio de Wimbledon pela primeira vez desde a II Guerra Mundial. O torneio londrino jogado sobre relva terá assim a sua terceira interrupção em toda a sua centenária história.
Depois das paragens durante a I e II Guerras Mundiais, o ténis volta a parar no GrandSlam inglês por conta de outra 'guerra', embora desta vez não sendo travada entre humanos, mas sim de humanos contra um vírus.
E olhando ao passado recente do torneio, o jogador mais prejudicado por este cancelamento poderá mesmo ser Novak Djokovic que venceu as últimas duas edições do torneio e já havia triunfado no Open da Austrália no início de 2020.
Com 17 títulos de GrandSlam, o tenista sérvio tinha aqui mais uma oportunidade de se aproximar dos 19 do espanhol Rafa Nadal e dos 20 do suíço Roger Federer.
Decisão do Open de França causa caos no calendário
Ao contrário do torneio de Wimbledon, o Open de França que estava agendado para Maio optou por adiar a sua realização para finais de Setembro, poucos dias depois da conclusão do Open dos Estados Unidos.
Isto originará algo raro na história do ténis tendo em conta que poderemos ter dois GrandSlams quase consecutivos em superfícies muito distintas. Como irão os jogadores lidar com o assunto?
Vejamos o caso de Rafael Nadal: a sua prioridade será sempre o Open de França já que foi aí que conquistou grande parte dos seus GrandSlams tendo em conta que é um especialista em terra batida. Ele é o favorito para renovar o título em 2020 com cotações de 2.206/5 mas isso pode obriga-lo a abdicar do US Open.
O Open dos Estados Unidos mantém a data prevista de 31 de Agosto a 13 de Setembro, mas o Open de França está agora agendado para dia 20 desse mesmo mês e duvido que o espanhol arrisque a sua condição física alinhando nos dois eventos com partidas à melhor de cinco sets.
Ele está avaliado em 4.407/2 para também ser bem-sucedido em Flushing Meadows onde já venceu por quatro vezes, no entanto, é difícil imaginar o extremamente físico jogador espanhol a disputar dois GrandSlams até à fase final dos torneios no mesmo mês...
Novak Djokovic privilegiará primeira opção
Em sentido contrário, Novak Djokovic deve apostar mais fichas no torneio norte-americano onde já venceu em três ocasiões, pois em Roland Garros tem sido difícil fazer frente a Rafael Nadal com o sérvio a vencer por apenas uma vez em toda a sua carreira na terra batida gaulesa.
Desse modo, o actual nº1 mundial deve apostar forte no US Open 2.506/4 na tentativa de somar novo título do GrandSlam devendo depois participar no Open de França 6.005/1 na expectativa de que a sua condição física que lhe permita ao menos ir até uma fase adiantada do torneio.
Juventude vs Experiência em tempos de descoberta
A confirmar-se a manutenção deste calendário teremos um mês de Setembro verdadeiramente frenético em termos de ténis. Será um período onde poderemos comprovar se neste tipo de situações vale mais a experiência, ou a juventude e maior frescura física.
Roger Federer, por exemplo, só deverá marcar presença no Open dos Estados Unidos onde está avaliado como 'outsider' a 11.5021/2, mas há tenistas mais jovens que podem atacar ambas as provas numa autêntica prova de fogo.
Dominic Thiem é um dos tenistas do momento tendo já participado em três finais de GrandSlam e mostrando-se o tenista da nova geração com maior qualidade e consistência por estes dias. Ele negoceia a 11.0010/1 nos Estados Unidos mas é o segundo favorito no Open de França a 5.204/1 depois de ter sido finalista vencido nos dois últimos anos.
Daniil Medvedev foi finalista do Open dos Estados Unidos em 2019 perdendo para Rafael Nadal em cinco sets e pode ter o torneio norte-americano como grande prioridade quando a competição recomeçar. Ele negoceia a 10.5019/2 para conquistar o seu primeiro GrandSlam da carreira.
Vivem-se tempos de incerteza no desporto mundial e o ténis não é excepção. Os próximos meses serão penosos pois a competição só voltará a 13 de Julho e será muito interessante verificar quais os tenistas que melhor se adaptarão a esta nova situação competitiva.